Inflação é uma palavra muito utilizada nos noticiários financeiros e recebe muita atenção dos investidores, mas você sabe o que ela é qual a importância dela para seus investimentos?
Na verdade muito pouca gente realmente entende como funciona a inflação e talvez seja por que é muito complicado mesmo. Tente ler sobre o assunto e em um minuto você estará entediado e querendo dar uma olhadinha no twitter 🙂
Recentemente os noticiários estavam falando o seguinte:
“Japão continua em uma espiral deflacionária e o primeiro ministro anuncia série de medidas econômicas para aumentar a inflação”
Vemos com isto que inflação baixa ou negativa (deflação) é muito ruim, mas inflação alta também é muito ruim.
Afinal, como entender a maldita?
Primeiramente, existem basicamente duas inflações. A macroeconômica e a inflação pessoal:
➥Inflação Macroeconômica
Esta é a inflação que você lê nos jornais, que a TV fala toda hora e que o IBGE publica sob o título de IPCA (índice oficial de inflação do Brasil), mas existem também o IGP-M (aplicado mais a alugueis) e o INPC (pouco utilizado na prática).
A definição de inflação é: “Inflação é um aumento sustentado no preço geral de produtos e serviços em uma economia em um período de tempo, resultando em perda de valor da moeda vigente”
➥Inflação Pessoal
A inflação macroeconômica é um ótimo balizador geral sobre como estão se comportando os preços, mas o IPCA por exemplo é muito amplo (como o próprio nome sugere) e abrange também uma gama de produtos e serviços que você não utiliza todo mês. Dado a este fato, você precisaria criar seu próprio índice de inflação, acompanhando mês a mês o comportamento dos preços apenas dos itens de sua cesta de consumo pessoal ou familiar. Este índice por ser maior ou menos que o índice geral de preços.
➥Mas afinal, inflação é bom ou ruim?
A resposta pode ser um tanto complicada mas vamos tentar resumir em:
➭Inflação negativa ou deflação
É muito ruim por que significa que o valor do seu dinheiro vai aumentar com o passar do tempo – opa, mas isso é ótimo, não? – Na verdade não, por que se você souber que amanhã seu dinheiro comprará mais coisas que hoje, por que você vai gastar hoje? Você gastaria cada vez menos e retardaria qualquer gasto e isto é péssimo para a economia.
Pessoas param de gastar, empresas param de investir e produzir, e a espiral continua e a economia retrai e ninguém ganha com isto, sem contar que os investimentos em renda fixa não rendem nada pois provavelmente a taxa de juros estará próxima a zero.
➭Inflação alta
Também é muito ruim. Veja o caso da Venezuela ou mesmo Alemanha pré segunda guerra com inflação de 800% e 1000%. Isto basicamente significa que amanhã seu dinheiro vale muito menos que hoje. As pessoas querem comprar tudo de imediato pois amanhã sairá muito mais caro. Acontece que as pessoas compram não por que precisam mas por que não acreditam na moeda. Isto leva a escassez de produtos e a preços cada vez mais altos até não existir mais nada a venda e uma nota de 100 não consegue comprar um pão. Neste momento a economia estará quase em um caos total.
Para uma economia ser estável, a inflação precisa ser positiva, não tão alta e estável. Economistas em geral concordam que a inflação entre 1% a 3% é um nível ótimo a ser mantido.
➥E o que isto implica para meus investimentos?
Primeiramente, o rendimento que seus investimentos geral precisam ser líquidos de inflação.
Em 2016 o IPCA foi de 6,29%. Se seus rendimentos foram de 10%, na verdade seu rendimento real que manterá seu poder de compra intacto foi de apenas 3,71%.
O mais correto ainda neste caso é descontar o seu índice de inflação pessoal de seus rendimentos, pois ele sim retrata fielmente como o aumento geral dos preços afetaram o seu bolso.
O importante aqui é o conceito de juros reais. No Brasil de hoje (23 março de 2017), temos um CDI rendendo 12,13% e um IPCA 12 meses de 4,76%. Isto dá um juro real de (12,13%-4,76%=) 7,37%. São os juros reais mais altos dos últimos tempos no país, que historicamente não superam os 4%. É um ótimo momento para a renda fixa, mas os juros tendem a cair com força em breve e estes juros reais não serão mais realidade a partir da próxima reunião do banco central (Copom).
Então, na próxima vês que ouvir no Jornal Nacional que o Copom reduziu a taxa de juros, preste atenção pois isto, por incrível que pareça, afeta sua vida diretamente !