Assustado com a maior queda intradiária (em pontos) da história do Dow Jones?
Aqui no Aposente aos 40 focamos muito no investimento de renda passiva, renda fixa, segurança para chegar a independência financeira sem arriscar perder tudo no caminho.
As vezes somos muito criticados por isso, mas nossa missão é essa mesmo, alertar os iniciantes e os “caminhantes” que não existe almoço grátis, ou seja, toda busca por retornos maiores vai ter um aumento diretamente proporcional dos riscos incorridos. Não significa que não vamos investir em renda variável; vamos sim mas com parcimônia e quando tivermos um patrimônio suficiente para isto.
Dito isto, queremos hoje provocar uma reflexão dos riscos atuais do mercado acionário brasileiro e americano.
Estágio Atual
-Nos EUA, o bull market já dura mais de uma década, um dos maiores períodos de alta da história daquele país. Em Janeiro, os principais índices acionários americanos apresentaram ganhos muito acima da média mensal. Economistas costumam dizer que geralmente o mercado vira de lado após um pico de crescimento econômico e valorização das empresas o que parece estar acontecendo. Por outro lado, desde 2014 fala-se sobre uma correção mais forte do mercado que não veio até o momento ou pode estar chegando finalmente com a queda histórica do Dow Jones de 5 de Fevereiro.
-No Brasil, depois de quase uma década perdida, finalmente parece estarmos saindo da recessão e retomando o crescimento. Como a bolsa vive de expectativas, o mercado já acelerou, fazendo novas máximas com frequência, seja motivado por notícias e fatos políticos ou por expectativa de lucros das empresas nos trimestres vindouros. Os bancos e analistas começam a estimar o IBOV em patamares acima de 100 mil pontos e a mídia está comentando muito sobre as altas da bolsa e isto, naturalmente, está atraindo muitos investidores e/ou especuladores de última hora motivados pela FOMO (Fear of missing out – ou medo de perder a festa em tradução livre).
2008 x 2018: Algo em comum?
Perceba na imagem acima que o SPX (Índice S&P 500) e o IBOV sempre foram muito correlatos desde os anos 2000. Veja que de 2002 a 2008 os dois estavam em forte tendência de alta e ai veio a crise do sub-prime e o crash na sequência.
A correlação passou a ser inversa no final de 2010 até metade de 2016 (período entre as linhas azuis verticais). Por questões domésticas o IBOV passou por um longo período de tendência de baixa enquanto no mesmo período o SPX não parou de subir, mantendo sua tendência de alta primária intocada.
Os dois mercados somente “acertaram o passo” novamente no final de 2016.
Percebemos claramente que há uma diferença de compasso entre os períodos de pré-crash de 2008 com o período atual que vivemos (poderiamos dizer pré próximo crash).
A grande dúvida no momento é, quando o mercado americano embarcar em uma correção mais longa ou mesmo um crash, terá o mercado brasileiro energia, força e momentum suficiente para continuar subindo, já que passou mais de meia década em baixa ou o mercado americano contaminaria tudo?*
*Na última semana vimos uma queda de 1100 pontos no Dow Jones que não viamos há mais de 9 anos e na sexta-feira o IBOV caiu junto (-1.7%). Hoje uma queda histórica de 1175 pontos levou o ibov a cair 2,6%
Estágio dos mercados acionários atualmente
O risco de um possível sell-off nos EUA que poderia afetar não só o Brasil mas todo o mundo como foi em 2008 existe? Isto poderia por em risco a tendência de alta do IBOV?
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Ciclo dos mercados: Fonte: internet, desconhecido
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Na minha interpretação, EUA está no estágio de “euphoria” descendo para “Anxiety”, ou seja. perto do ponto de máximo risco financeiro, enquanto o IBOV está no ponto de “Optimism”. E você, o que acha? Comente abaixo
Vejamos também o Gráfico Cíclico Jim Cramer para tentar nos situar em que momento de mercado estamos lá nos EUA.
Jim Cramer Cyclical Chart – Clique para ampliar |
O FED está começando a aumentar os juros por lá e o GDP (PIB) está em torno de 3% e o medo da inflação começa a rondar. Estamos rumando para a “crista”do gráfico. Como FED já anunciou 4 aumentos de juros nos EUA em 2018, tudo indica que o pico da curva está se aproximando rapidamente (ou já estamos) e poderá ficar para atras até final de 2018 (opinião do AA40). Não devemos tentar adivinhar o tempo de mercado ao investir, mas não significa que não possamos opinar sobre o mesmo.
Usando o mesmo modelo para o Brasil, o BC acaba de reduzir os juros as mínimas e o PIB começa a positivar, então estaríamos no início de subida da curva. BC logo ficará neutro e não cortará mais a taxa de juros e o PIB começará a subir em busca do topo da curva ai tudo recomeçará.