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Faculdade virou um fetiche da classe média?


Conversando há alguns dias com a Sra AA40 sobre a educação do AA40Jr concordamos em uma coisa (algo raro):  A educação superior é um fetiche da classe média e devemos tratar isto como um investimento que precisa dar retorno.

Lembro como se fosse hoje da primeira aula de iniciação a engenharia do AA40, quando o professor perguntou a cada um por que estava fazendo o curso, fui o único que teve a coragem de dizer que era para ganhar dinheiro.

Resposta do professor? Então lamento mas está no curso errado! – fiquei decepcionado com aquela resposta. Felizmente ele estava errado, no meu caso, devido a algumas apostas pessoais minhas, mas estava certo quanto a maioria da minha turma. Mas isso foi início dos anos 2000 e agora as coisas mudaram.

Além das universidades no Brasil muitas vezes não reconhecerem o real motivo de existirem, como vimos no meu exemplo acima, existe um culto ao diploma excessivo como se o papel que certa pessoa está apta a desempenhar na sociedade dependente de um pedaço de papel. Isto nos EUA já está mudando felizmente; para muitas empresas modernas a contratação já não depende mais do que seu diploma diz mas sim do que você realmente é capaz de fazer; e a tendência é que chegue por aqui em breve.

À medida que formos aumentando o grau de escolaridade da população, vai aumentando a carreira acadêmica em busca de um curriculum melhor. Se antes nossos avós ficavam na escola até os 11 anos e nossos pais até os 17, hoje ficamos até os 22 e nossos filhos até os 28. Em breve estudaremos até os 40 anos de idade (idade em que nós já pensamos nos aposentar por aqui) ou mais e tudo para que? Para sermos melhores empregados e sermos selecionados mais facilmente para vagas? Até onde isso vai chegar?

 
 


O verdadeiro valor de uma faculdade

Existem boas razões para pensarmos que o verdadeiro valor da faculdade hoje em dia é muito menor do que o sugerido pela crença popular. Para indivíduos sem vocação ou habilidades específicas, a faculdade não parece ser um investimento que vale a pena nos dias de hoje e pode ser uma grande perda de tempo e dinheiro quando você leva em consideração os custos das mensalidades (caso não consiga entrar em uma pública) e o tempo sem trabalhar.

Não se pode negar porém que ter um diploma ainda pode abrir a porta para empregos e ganhos maiores, mas o grande x da questão está no cálculo do custo benefício.

Pense comigo. Quando seu filho estiver formado, praticamente todos os membros da sociedade estarão nesta categoria haja visto que a mentalidade popular é que estudar é a única forma de ter uma vida melhor, o que não é bem verdade. Isto podia ser verdade nos anos 90. Hoje em dia ter um diploma não é garantia de nada. Você será apenas mais um com um pedaço de papel em busca de uma oportunidade de trabalhar (com salários cada vez mais achatados) para alguém ficar mais rico. Nesta lógica, não seria melhor ser o último? Ser aquele empreendedor para quem o graduado irá trabalhar?

Você provavelmente conhece muitas pessoas não formadas que são MUITO boas naquilo que fazem. Muito boas que chegam a virar referência como este vendedor de água ou programadores que aprenderam por conta própria a codificar, coisa que praticamente nenhuma universidade lhe ensinará. Se você tem esta mentalidade, fazer uma faculdade pode não ser a melhor escolha já que você será praticamente doutrinado a ser um empregado, podendo até chegar adormecer o espírito empreendedor que existe em você hoje.

Educação básica

Indiscutivelmente a educação básica (ensino fundamental e médio) é sim imprescindível para qualquer cidadão já que este não um qualificador mas sim um nivelador provendo o básico do que é preciso conhecer para sobreviver no mundo de hoje e também ser um empreendedor. Justamente nela é que o governo precisa trabalhar e melhorar a qualidade cada vez mais.

O peso do nome


Muitos ainda consideram importante o peso do “nome” da universidade escolhida. Isto hoje em dia deixou de ser importante para inúmeras profissões. Claro, alguns cursos como medicina, direito e algumas engenharias são exceções, mas a menos que você esteja pensando em cursar Harvard, MIT ou Yale, e ai entra a questão do custo, isto não fará mais diferença. Escolher uma razoável, terminar o curso e ir em busca de diferenciais como certificações e cursos específicos de curta duração pode abrir muito mais oportunidades e ter um custo benefício muito maior do que gastar exorbitantes quantidades de dinheiro e tempo para entrar e cursar em uma universidade de renome que muitas vezes será apenas questão de status e não necessariamente retorno.

A faculdade é importante, mas está longe de ser um ingresso garantido para a classe média como era uma vez ! Hoje em dia é muito mais um fetiche da classe média.

 
 

 


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