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Lições de um casal que aposentou 30 anos atrás aos 35 de idade.

Paul Terhorst e sua esposa Vicki se aposentaram em 1984 aos 35 anos.
Quais lições eles podem nos passar com esta experiência?
Quando Paul deu esta entrevista para o site nextavenue.org, via skype, ele estava em sua casa alugada por $450 na Tailândia, um dos sete melhores lugares para se aposentar ao redor do mundo.
PS: Paul é autor do livro Cashing in on the American dream

Aposentar aos 35 e nunca olhar para trás.

Quando eles se aposentaram, diz Paul agora aos 65 anos, o casal definiu que queriam ter uma vida legal ao invés de um trabalho bom, então eles decidiram se aposentar sem olhar para traz.
E eles assim o fizeram. Nos últimos 30 anos eles viveram uma vida a qual chamam de “viajantes perpétuos” ou PT (Perpetual Travelers), gastando menos de $100 por dia (as vezes muito menos que isso). Neste período cruzaram por 80 países da Argentina a Austrália – A maioria na América do sul, Europa e sudeste asiático – com alguns períodos parando nos EUA para rever a família.

O começo e as mudanças no meio do caminho

O plano porém precisou de ajustes durante o caminho. Quando Paul e Vicki aposentaram, eles estavam morando na Argentina, onde Paul trabalhava. Após parar, eles começaram viajando de março a outubro e o resto dos meses ficavam em seu condomínio perto de Buenos Aires.
As coisas estavam indo bem, porém a economia argentina entrou em declínio e a inflação aumentou vertiginosamente e o país ficou mais instável e perigoso. “Tudo estava ficando muito caro, felizmente nosso apartamento também então o vendemos e fizemos um bom dinheiro e investimos” comenta Paul.
“Nos tornamos verdadeiros Perpetual Travelers em 1992 e viramos ‘sem tento’ desde então.
A única coisa que mudou é que as pessoas agora aos 65 não estranham mais quando falamos que estamos aposentados. Já aos 35 ou 40 anos os olhares das pessoas quando dizíamos que estávamos aposentado era de incompreensão.”

“Atualmente passamos alguns meses em um lugar até mudar para outro. As vezes mais que isso. Vicki gosta de retornar aos EUA duas vezes ao ano já Paul uma vez a cada dois anos. Muitas vezes fazem isso sozinhos.”, acrescenta Paul.

Sem teto por escolha própria

“Gosto de pensar em nós como sem-tetos” diz Paul. Não sem teto no sentido de não ter nada, mas no sentido de não ter uma casa fixa ou um lugar para retornar. “Em casa para nós é onde conseguimos plugar nosso computador”.
As vezes nós mudamos por causa que o visto está para expirar. As vezes saímos do país para reentrar no dia seguinte para podermos ficar mais 90 dias (chamam isso de visa run).
Os Terhorsts diminuíram suas posses de modo que cabe tudo em apenas 10 caixas (que ainda estão em um depósito em Buenos Aires), além de alguns arquivos físicos. Nunca tivemos carro após aposentar.

Não vivem mais de renda passiva

O casal teve de adaptar o lado financeiro da aposentadoria antecipada também. O plano original foi vender tudo e colocar o dinheiro no banco e viver de renda em partes do mundo mais baratas. Na época porém os CDBs estavam rendendo 8% ao ano….já hoje!!
“Tivemos que migrar de renda fixa passiva para investimentos em ações”. Atualmente vendemos algumas para financiar nossa próxima viagem.
“Usamos a estratégia buy and hold e tem nos servido muito bem. Passamos por três crashes (2000, 2001 e 2008) e passamos por todos eles bem.”
Mudanças e desregulamentações de tarifas aéreas mantiveram os preços dos voos acessíveis além da tecnologia bancária ter evoluído muito. “No início usávamos cheques de viagem, hoje sacamos em caixas eletrônicos praticamente em todo lugar sem taxas”. Além disso, conta que já começaram a receber aposentadoria por idade do ‘INSS’ americano aos 62 (Social security).

Conselhos para os aspirantes a FIRE?

“Esta vida é para poucos seletos” diz Paul. Primeiro, tenha certeza que você pode fazer isso financeiramente. 
Depois, procure estabelecer qual a moral da sua vida, ou seja, qual tarefa ou trabalho te identifica. Virar um vagabundo simplesmente cedo na vida não será nada sustentável. Decida o que fará consigo depois. “Você não precisa planejar como vai ser cada dia seu durante a aposentadoria, mas precisa ter uma ideia geral: Vai viajar? observar pássaros? hobbies? Pintar? alguma coisa…”

Vida pessoal

“Vicki e eu decidimos que passaríamos um tempo considerável distantes um do outro. Não seis meses longe, mas nas atividades do dia a dia. Vicki é mais social que eu então ela sai com amigos, viaja para os EUA sozinha as vezes, enquanto eu curto um bom livro, fico online, observo pássaros, faço cursos online, etc”.
Paul diz que raramente ficam entediados e não tem a mínima intenção de parar de viajar o mundo ou fixar moradia em algum lugar. “Nossas vidas continuam ficando cada vezes melhores e estamos muito felizes”.
“Nosso plano agora é continuar. Quando nossos corpos não conseguirem mais, iremos lidar com isto”
By Richard Eisenberg from nextavenue.org. Traduzido e adaptado por AA40

Leia mais: Costa Rica sobe de #4 para #1 no ranking de melhores países para se aposentar em 2018

Comente abaixo o que achou da experiência do Paul e da Vicki e o que planeja fazer quando não precisar mais trabalhar por dinheiro: 





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