Como anunciamos em Julho de 2021, o fenômeno da grande resignação que acontecia nos EUA iria chegar ao Brasil. Pois é. Ela chegou. O Brasil vive hoje a sua grande resignação.
Imperdível a reportagem da Você SA:
Camuflados por uma fila de 13 milhões de desempregados, brasileiros pedem demissão em ritmo recorde: meio milhão por mês.
LEIA EM: https://vocesa.abril.com.br/economia/eu-me-demito-fenomeno-da-grande-resignacao-chega-ao-brasil/
9 em cada 10 Brasileiros estão infelizes no Trabalho
90% dos brasileiros se dizem infelizes e insatisfeitos, segundo pesquisa realizada pela Survey Monkey.
36,52% dos profissionais pesquisados estão infelizes com o trabalho que realizam e 64,24% gostariam de fazer algo diferente do que fazem hoje para serem mais felizes.
58% dos funcionários estão insatisfeitos com seu salário, 40% veem problema na forma como seus chefes lideram a equipe e 33% gostariam de trabalhar menos horas.
“Quando o bom funcionário é tratado igual ao ruim, o bom desanima e o ruim não melhora.”
A inflexibilidade de horários está muito atrelada às principais causas de atrasos e até de faltas e turnover de funcionários. Questões como o trânsito pesado, sair muito cedo para pegar um transporte público para chegar no horário fixado pela empresa ou compromissos da vida pessoal podem esbarrar no horário fixo e provocar esse tipo de insatisfação.
Anteriormente…
“The great resignation of 2021”. Por que as pessoas estão se demitindo em massa?
22 Julho 2021: Se você não gasta seus dias nas redes sociais ou lendo notícias dos EUA, você pode não estar sabendo de um movimento muito maior que o movimento FIRE está rolando que incentiva as pessoas a deixarem seus empregos em massa neste ano.
A mídia está chamando isto de “The great Resignation of 2021” ou, em tradução livre, DEMISSÃO EM MASSA DE 2021. as empresas que já lutam para atrair trabalhadores de volta ao escritório, isto é uma péssima notícia.
Mas por que isto está acontecendo?
Como anunciamos aqui mesmo no blog, A perspectiva de voltar à rotina diária de trabalho fará muitos se aposentarem mais cedo. O único detalhe que pegamos errado é que nem todas as pessoas não estão aposentando mais cedo, mas sim estão se demitindo e buscando empregos que permitem trabalhar remotamente ou de casa. Elas não querem voltar aos cubículos depois de ter experimentado controle sobre o seu tempo e como, quando e onde elas executam suas tarefas do trabalho.
As pessoas simplesmente não estão aceitando o approach que está sendo muito utilizado pelas gerências mais tradicionais, do tipo “OK, dia 07 de Setembro todo mundo de volta ao escritório“, disse a pesquisadora de RH J.P. Gownder.
Um grande número de pessoas fez a transição para trabalhar em casa no ano passado e, agora que desfrutaram do aumento da qualidade de vida proporcionado pelo trabalho remoto, não estão dispostos a voltar à monotonia de um trabalho de escritório. Muitos gerentes já anunciaram planos de trazer os funcionários de volta ao escritório, e parece que muitas pessoas simplesmente não estão dispostas a fazê-lo. E, dada a abundância de vagas disponíveis no momento, os melhores trabalhadores podem escolher o que querem fazer. Muitas dessas vagas novas em empresas mais inovadoras já são para trabalho remoto e isto atrai muito estes trabalhadores a mudar de empresa. Este momento o empregado é que tem a vantagem sobre o empregador, com milhões de vagas em aberto.
Outros trabalhadores usaram seu tempo de inatividade durante a pandemia para desenvolver novas habilidades ou paixões e agora desejam encontrar funções que lhes permitam incorporar esses interesses em suas vidas diárias. Alguns estão buscando funções que requeiram menos tempo pelo desejo de alocar mais tempo para suas famílias ou filhos. E há aqueles que simplesmente não querem mais trabalhar.
Uma pesquisa do site global de empregos, a “Monster”, relatou recentemente que 95% dos funcionários estão considerando mudar de emprego. Isso se soma às 4 milhões de pessoas que já seguiram e pediram demissão em abril de 2021.
O mercado de trabalho mundial nunca esteve tão favorável a isto. Depois de serem descartados em 2020 devido a crise, os funcionários estão receosos de voltar aos postos de trabalho sob as mesmas condições e mesma instabilidade do setor privado.
Junta-se a isto o verão, relaxamento das medidas restritivas e retomada das viagens no hemisfério norte. Estas pessoas, muitas ainda com seus benefícios do governo nas contas, pretendem passar os meses de verão usando seus dias de férias e aproveitando os benefícios do emprego antes de abandonar o navio e entregar o aviso prévio em setembro e outubro.
E no Brasil pós pandemia, isto pode acontecer?
Embora mais atrasado em relação ao hemisfério norte, conforme o calendário de vacinação avança no Brasil, o questionamento a respeito do retorno presencial nas empresas aumenta. Apesar da nuvem de incertezas envolvendo o momento pós-pandemia, o trabalho híbrido e a flexibilidade surgem como tendência, mas não é a regra ainda.
Não há dúvidas que o dito “Home-Office” (entre parênteses pois o termo é usado apenas no Brasil, em inglês o termo correto é Working from home) vai se tornar tendência no Brasil bem como no mundo, porém não acreditamos que o movimento The Great Resignation chegue ao Brasil com força. Uma das diferenças é que os EUA e boa parte da Europa tinha taxas de desemprego em minimas históricas antes da pandemia, ao contrário do Brasil, onde já tínhamos mais de 13 milhões de desempregados. Isto dá pouca margem para um movimento do tipo no Brasil, ainda escasso em empregos em geral, ainda mais empregos em tecnologia e que permitam o trabalho remoto.
Porém, não resta dúvida que este movimento maciço, que muitos analistas já estimam em 30% de toda a força de trabalho americana se demitindo em breve, vai afetar empresas, ações e o mercado financeiro, carreiras, aposentadoria e a vida de milhões de pessoas, mas o mais importante, vai mudar o ambiente de trabalho no mundo para sempre.