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Simulação TSR no Brasil (Parte 2): investindo apenas em Poupança

Simulador FIRE

Caros leitores,

Estamos elaborando uma série de artigos pioneiros sobre a Taxa Segura de Retirada de 4% aplicada ao Brasil. Como sabem, a TSR 4% é base para os planos FIRE de longo prazo. Se você não sabe do que estamos falando, comece por aqui.

Parte 1

Antes de prosseguir a leitura, não deixe de ler a parte 1 desta série de artigos para entender o que estamos fazendo.
No primeiro artigo vimos que a renda fixa claramente se saiu vencedora em relação a quem investiu puramente em renda variável ou ainda um mix de 50% renda variável e 50% renda fixa, em grande parte devido aos altos juros reais pagos logo após o estabelecimento do plano real.
Muitos comentários surgiram com relação ao uso do índice IBOVESPA (lembrando que este tem sim seus dividendos reinvestidos) no estudo, porém como explicamos, a maioria das empresas presentes no índice em 1995 já não estão no índice de hoje, o que se torna muito difícil escolher uma boa carteira de ações como muitos sugeriram; contudo convidamos aos leitores mais experientes a sugerir uma carteira de ações de 23 anos de idade para ser utilizada neste estudo – o atualizaremos com muito prazer. Na verdade estamos buscando uma carteira de ações consensual de 1995 a 2017 para o livro sobre FIRE no Brasil que estamos escrevendo (se quiser colaborar entre em contato por email).

A queridinha dos Brasileiros

Nesta segunda parte do estudo, vamos analisar como ficaria alguém que tenha investido apenas na queridinha da maioria dos brasileiros  – estamos falando da caderneta de poupança. 

Novamente iniciaremos em 1995, primeiro ano completo de plano real, iniciando com 1 milhão de reais de portfólio, o que, corrigidos pela inflação, seriam hoje equivalentes ao valor presente de R$  4.836.947,50 e uma TSR de 4% já inclusos o ajuste anual pela inflação (por isso que você vê  abaixo um saque inicial de R$ 48,964 e não os 4% de 1M que seriam R$ 40.000).
Fonte: AA40, cópia proibida sem autorização – Clique na imagem para ampliar

Ao analisar os resultados acima podemos observar a brutal diferença de resultados no patrimônio final e na curva de acumulação do mesmo com o tempo. Ao final destes 23 anos, mesmo com saques de 4%+ inflação, o investidor de um conservador tesouro Selic obteria um patrimônio bruto (antes de descontar impostos e taxas) 4,6 vezes maior que aquele que manteve tudo na caderneta de poupança !
Este é um preço alto pelo comodidade de investir apenas na poupança: Se considerarmos 15% de IR sobre o rendimento do TD Selic que a poupança não tem, assim mesmo mais de 10,3 milhões de reais líquidos foram deixados de ganhar em 23 anos !
Não obstante, a TSR máxima da poupança neste período foi de 6,55%
Por outro lado, considerando apenas a TSR 4% e o principio da sustentabilidade da carteira, podemos afirmar que mesmo quem investiu apenas na poupança obteve rendimentos suficientes para cobrir a taxa de retirada estabelecida de 4% e aumentar o principal nominalmente. Se considerarmos os rendimentos reais apenas, ou seja, descontando a inflação, vemos que o valor final de R$ 3.838.846 não equivale ao 1 milhão inicial corrigidos pelo IPCA de 23 anos, o qual, como mencionamos anteriormente, equivaleria a 4,8 milhões hoje.
Este valor final abaixo do valor corrigido denota que, ao considerarmos os saques da TSR4, há uma erosão do principal investido, mesmo sendo que apenas nos anos de 2002 e 2015 o rendimento real da poupança foi efetivamente negativo .
E você caro leitor, o que achou deste resultado? Comente abaixo e fique ligado na parte 3 da série que virá em breve onde simularemos iniciar a aposentadoria nos anos subsequentes a 1995 e qual o pior ano da história até agora para ter se aposentado !

Disclaimer: Rendimento passado não é garantia de rendimentos futuros. 





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