Engenheiros geralmente adoram trabalhos técnicos e práticos. No início de carreira é tudo o que você quer e você adora seu trabalho, mas geralmente o salário inicial é baixo já que tem muita oferta de recém formados no mercado.
Acontece que com o passar do tempo no seu emprego você, que adora a parte prática, é direta ou indiretamente forçado a “evoluir” e assumir posições de gerência seja por que paga melhor e também por que as empresas querem que você contribua mais do que somente com a parte técnica agora que você já tem experiência.
Neste ponto é onde as empresas contratam novos profissionais recém formados para te substituir e te promovem (ou demitem) para um cargo de gestão. Afinal, é mais barato e eficiente para a empresa ter um gerente, alguns coordenadores e muitos engenheiros novatos fazendo o trabalho.
Inicialmente você se sentirá valorizado e motivado principalmente pelo lado financeiro, mas depois de alguns meses ou anos se tornará um tanto frustrado por que terá que trabalhar com algo não técnico ou pior, lidar com pessoas. Lidar com pessoas não é para qualquer um. É preciso muita habilidade e vocação.
Geralmente a maioria dos engenheiros não gostam de trabalhar com pessoas, porém querem ganhar mais (quem não quer) e então um dilema é posto na vida do mesmo.
Possível Solução? FIRE. Neste sentido, FIRE parece que foi feito especialmente para o engenheiro! Por ser ma carreira que permite um salário acima da média nacional, as chances de juntar uma boa quantia são maiores, mas é preciso descobrir esta saída muito cedo na carreira, de preferência ainda na faculdade.
Independente financeiramente você poderá voltar a fazer o que gosta ou tentar algo novo sem se preocupar se paga bem ou não paga um centavo.
Acho que outro fator que vai um pouco contra o que você mencionou é que na TI você não necessariamente precisa ir para um cargo de gestão. Geralmente empresas de TI tem carreira em Y, onde em um dado momento você ramifica para a área de gestão ou para ser um especialista. Os especialistas top tem um salário igual aos gerentes top. Então se você for muito competente tecnicamente, pode continuar focando na área técnica com uma boa remuneração.
Fora isso, concordo que qualquer profissão que remunere acima da média ajude.
O que eu realmente acho que é o diferencial é que a área de TI (principalmente desenvolvedor) tem uma demanda absurda no mundo inteiro. Você consegue um excelente salário em empresas boas em praticamente qualquer país, podendo fazer uma semi-fire e trabalhar no país escolhido. Além do trabalho remoto ser algo muito mais palatável, o que permite ser um nômade digital. Você trabalha remoto para uma empresa como desenvolvedor e pode fazer esse trabalho de qualquer local do mundo, com total mobilidade.
Abraço!
Concordo com relação ao ponto da carreira Y, porém, não são todas as empresas que seguem essa política, na verdade imagino que a minoria. Com o passar dos anos, o salário vai aumentando, e inevitavelmente chega uma hora que o seu gerente vai te chamar para conversar, provavelmente durante aquelas reuniões de avaliação de desempenho no final do período, e a pressão para assumir novas responsabilidades e gestão de pessoas acontece, mesmo você não querendo isso para a sua carreira, seja por qual motivo for (não querer lidar com pessoas, por exemplo). Caso você diga, que não quer cargo de gestão, e quer se manter na carreira técnica especializada, chega uma hora que fica insustentável para empresa te manter nesta situação devido ao alto salário comparado até com gerentes de fato, e se a empresa continuar com você nessa situação, você será uma exceção a regra, pois não há espaço para vários funcionários nesta mesmo condição. Com excessão para carreiras em áreas de pesquisa avançada, acadêmicas e etc, mas em empresa comum de TI (multinacionais fabricantes de equipamentos, operadoras de comunicações, por exemplo), o caso relatado pelo AA40 neste texto é o que me parece mais comum de acontecer.
A questão do nômade diginal realmente é mais uma possibilidade, mas, novamente acredito que ainda são casos isolados. Gostaria muito que fosse a realidade para a maioria na área de TI, mas, está longe disso.
Sou engenheiro,sou obrigado, mas detesto lidar com pessoas, sobretudo com brasileiros. É um povo em geral descomprometido e criado para passar a perna no outro!
Este detalhe aparte, geralmente lidar com pessoas é algo que poucos gostam e não traz prazer nenhum. É um constante jogo de cintura para poder ter sucesso e realmente acredito que não compensa o esforço, salvo se vc realmente tiver vocação para tal
Prezado AA40,
Sou engenheiro e me identifiquei com o seu texto. Eu saí do meu emprego há um ano aproximadamente.
Fui transferido para uma função que não queria executar por muito tempo, e como não via mudança de cargo próxima, preferi sair.
A disciplina para atingir FIRE me ajudou bastante, 2018 já é o 13o ano, tenho tudo planilhado e comecei ainda na faculdade.
Ainda não cheguei ainda aos números que quero, mas só o fato de vislumbrar que ela pode acontecer se eu continuar disciplinado, fui inclinado e decidi sair.
Ainda estou cumprindo meu período sabático que decidi junto com a opção do desligamento da empresa: coloquei como meta 1,5 ano de viagem e conhecimento.
Daqui a 6 meses tentarei me realocar no mercado de trabalho, espero que como engenheiro e numa função que eu goste! O projeto FIRE continua!
Um abraço.
Legal MDE. Tem muito mais engenheiros como nós ai fora que ainda não descobriram FIRE infelizmente e continuarão frustrados e sem perspectivas.
Fico feliz em saber que conseguiu um sabático (coisa que quero a muito tempo) e está aproveitando.
Um abcs
AA40
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