O financiamento e dívidas estudantis nos EUA são um dos principais gargalos da economia atual e está quebrando muitas famílias, isso em uma economia a pleno emprego e salários crescentes.
Para você ter uma ideia, mais de 44 milhões de estudantes americanos e também recém formados devem 1,5 trilhões de dólares atualmente em financiamento estudantil. Este é a segunda maior dívida dos americanos, atrás apenas do financiamento imobiliário (conhecido lá como mortgage) em 10,3 tri.
Cada estudante/ex-estudante deve lá em média $28,650 dólares (cerca de 112 mil reais) e cerca de 11% dos mesmos estão com parcelas atrasadas.
Comparando com o Brasil, o programa FIES (programa de Financiamento Estudantil Federal) atende hoje mais de 900 mil estudantes/ex estudantes. O MEC divulgou recentemente que cerca de 60% das pessoas que usaram o Fies para estudar têm parcelas em atraso – mais da ME-TA-DE !
São 517 mil contratos com prestações vencidas: mais R$ 2 bilhões de um total de R$ 11,2 bilhões que os universitários pegaram emprestado e ainda não pagaram em parcelas vencidas; valor este recorde nos 20 anos do programa.
Este número, apesar de ser pequeno quando comparado ao americano, começa a preocupar, ainda mais dado os níveis de inadimplência observados, o que fará com que os juros dos contratos futuros sejam maiores dado ao maior risco de calote.
O MEC anunciou esta semana uma renegociação e refinanciamento em 500 mil contratos atrasados. As parcelas vencidas e as não vencidas serão somadas e será feito um novo cronograma de pagamentos. Mais quatro anos para quitar o que devem. A taxa de juros continua a mesma. Só que tem que dar uma entrada: 10% do valor total da dívida ou R$ 1 mil, o que for maior, e a prestação será de no mínimo R$ 200.
O mundo está mudando
Posto isto, é importante ressaltar que a rápida mudança tecnológica, combinada com o aumento dos custos de educação, tornou nosso tradicional sistema de educação superior um caminho cada vez mais banal e arriscado já que não garante mais um emprego ou uma renda futura. Nos EUA (e breve no Brasil), o custo de uma educação universitária é tão alto que chega-se a um ponto de inflexão em que a dívida incorrida não é compensada pelo potencial de ganhos futuros. Em resumo, você passará boa parte de sua carreira trabalhando para pagar pela sua educação.
No entanto, com muita frequência, os diplomas ainda são considerados como selos de competência profissional ao longo da vida. Eles tendem a criar uma falsa sensação de segurança, perpetuando a ilusão de que o trabalho e o conhecimento são estáticos, um grande equívoco.
Mas então?
O futuro do trabalho não será dado pelo seu diploma, pelo menos nas novas profissões. Mais e mais, será sobre habilidades. Empresas como Google e muitas do vale do Silício afirmam que o que importa não é se alguém tem um diploma na área de informática hoje em dia, algumas nem perguntam mais isto, o que importa é o quão bem eles pensam, trabalham em grupo e é lógico, o quão bem eles podem programar.
Os freelancers, o segmento de crescimento mais rápido da força de trabalho atual, percebem mais do que a maioria que a educação não é estática e não depende de universidades. É um processo contínuo que depende só de você.
O Site de Freelance Upwork compila periodicamente uma lista das 20 habilidades mais procuradas em freelancers durante o trimestre. Veja a última lista abaixo (Q4 2018):
- Programador Hadoop
- Programador API Dropbox
- Algorítimos para genética
- Microbiologia
- Linguística Computacional
- Profissional de Segurança de Sistemas de Informação Certificado (CISSP)
- Processamento de sinal digital
- Profissional de Intercom (marketing digital)
- Publicidade interativa
- Invision Studio
- Treinamento de funcionários
- Kubernetes
- OAuth
- Autodesk Revit
- Otimização de loja de aplicativos
- Análise de usabilidade de aplicativos
- Framework Vue.js
- Consultoria da Learning Management Solution (LMS)
- Digitalização 3D
- Framework React.js
Então, algum na lista que você conhece e trabalha? Em qual universidade hoje em dia você aprende estas novas habilidades? Este é o futuro da educação e podemos ver que as universidades estão anos-luz de proporcionar profissionais capazes de atender estas demandas e por isso que os que aprendem estas habilidades por si só ganham salários muito altos e tem vaga sobrando.
Comente abaixo:
Olá AA40,
Realmente hoje em dia deve se pensar bem antes de encarar um curso superior. Além de não ser garantia de nada, alguns não se pagam. Pelo menos não no curto prazo.
E isso é interessante para quem investe em educação, como eu fiz recentemente comprando a Kroton. Talvez essa ação não seja legal para o longo prazo.
Talvez.
Abraço!
A situação desses financiamentos se resume em uma frase: Não existe almoço grátis.
Mas pensando na questão do ensino superior de forma mais ampla e fazendo um contraponto com o mercado de trabalho brasileiro se chega a um resultado bem complicado.
A regra geral foi um achatamento de salários da década de 90 pra cá. Lógico que em grande parte isso se deve a maior oferta de curso superiores disponível hoje, que faz com que algumas carreiras já estejam saturadas ou ao menos saturadas em algumas regiões.
Direito, Pedagogia, ADM, Odontologia etc são exemplo de cursos que formam muita gente.
Mas qual a opção atualmente pra quem vai iniciar sua caminhada profissional?
Muitos vão resposnder automaticamente curso técnico, porém cursos técnicos em sua maioria pra quem ainda vai entrar no mercado de trabalho não paga bem não. Isso tem um pouco de mito.
Funcionários com esse tipo de formação bem pagos, geramente já tem anos de carreira e curos e/ou conhecimentos adicionais e geralmente para que progridam em suas carreiras são cobrados pelas empresas a fazer um curso superior.
Ao meu ver hoje não temos uma resposta certa sobre quais opões há para o "sucesso", cada caso é um caso. Deve-se fazer o que sempre foi necessário, analisar pra quais cursos/áreas se tem apitisão, analisar qual a grade desses cursos, valores de mensalidades (se pagos), analisar se há mercado de trabalho pra isso na região onde se mora ou pretende morar.
Não podemos esquecer também que Q.I. (quem indica) também tem peso no mercado e que escolher escolas tradicionais e/ou conceituadas tem seu peso também.
É um conjunto de fatores.
Depois de formado para aguns o trabalho como autônomo pode ser opção, empreender pode ser opção ou mesmo a inicitiva privada, dependendo de tudo que já citei acima.
Mesmo em ADM e Direito é possível obter sucesso levando em conta essa série de fatores.
Só que o estudante tem que ter os pés no chão. Boa parte dos forandos brasileiros não tem o nível mínimo de conhecimento e até de profissionalismo que se espera de alguém que irá ingressar no mercado de trabalho, aí também não dá pra esperar muita coisa.
Mas isso só se tu ficar nos cursos tradicionais e técnicos. Como o AA40 falou acima, não tem universidade que vai ensinar o que as empresas estão buscando hoje. Tu precisa estudar por conta. Comecei a estudar Hadoop há algumas semanas e estou pegando o jeito. Em breve estarei apto para tentar um emprego na área. Provavelmente você nem saiba o que é Hadoop né?!
Não, realmente não conhecia. Aliás não conheço praticamente nada sobre TI.
Algumas empresas estão começando a contratar pessoas para algumas áreas sem que necessariamente haja a necessidade de um curso superior, essas é uma mudança que ainda pode crescer no Brasil, o critério de escolha sao os conhecimentos e o perfil do candidato.
Mas a educação tradicional ainda tem papel fundamente a ao meu ver ao menos no Brasil, isso deve demorar para mudar de fato. Talvez em áreas tecnológcas essa mudança seja mais rápida.
Sempre foi preciso estudar por conta. Isso não é um feômeno de agora, a maior diferença é a facilidade de acessar conteúdos que hoje é bem maior graças principalmente a internet.
Área de TI é muito prostituída…
Eu fiz curso de programador iOS, a turma começou aprendendo Objective C(em Janeiro) e no meio do curso surgiu o SWIFT rsrsrs isso foi em 2015 se não me engano.
Vc aprende um negócio e amanhã já não vale de nada. Vc tem que sempre ficar "atualizando", acumulando "certificados", é uma área cheia de freelancer(prostituição)…O cara faz um trabalho ali, outra hora ta desempregado.
Muito ruim, cara. Deus que me livre. Pra jovem até vai, mas chega numa idade que vc quer um pouco de sossego.
Enquanto isso tu ta lá assistindo TV e descobre que um MOTORISTA da CAESB ganha 20mil reais.
https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/funcionarios-da-caesb-ganham-acima-do-teto-constitucional-no-df.ghtml
Hoje em dia acho que o único curso superior que é garantia de emprego e bom salário é medicina mesmo.
VULGARIZARAM os cursos superior. Setor privado paga muito mal(CLT) 90% das pessoas, tem uma caralhada de gente fazendo concurso público. E concurso ta cada vez mais difícil…
O futuro ta muito nebuloso para os trabalhadores.
Posso discordar,
Sou macaco velho da TI, essa conversa de TI prostituída é um mito, em geral, alardeado por "profissionais" meia bomba, diplomados/generalistas.
A verdade é a seguinte: "seja um profissional foda que terás um remuneração igualmente foda". Em TI especialidade é tudo, seja profundo em um determinado segmento.
Pelo que conheço do mercado de TI aqui em BSB, diploma já não é nada, ou melhor é apenas uma linha no curriculum. Agora venha com certificações poderosas, cursos avulsos e terás seu espaço.
Um Java Júnior aqui onde trabalho ganha +- 1800/2200 líquidos(inclusos salário + vale). Nada mal para quem estar começando, lógico que tem que ter bagagem, conhecimento e isso demanda investimento prévio(grana+tempo+dedicação), mas é a selva, bem vindo a selva.
Alguns amigos trilharam outros caminhos: Serpro, MPOG-ATI, Dataprev, Analista de TI em Tribunais. São escolhas, fiquei no mercado privado e não arrependo. Porque sabia que tinha que ser um cara diferente no mercado e fiz de tudo para está nesse condição.
Abraços!
Boa discussão, rende para os mais jovens, muitas vezes perdidos.
Perfeito Anon 14:19. Concordo plenamente com vc. Vem profissionalzinho que mal consegue trabalhar no Windows e não é especialista em nada falar que o mercado é prostituído. Nego que programa em java avançado (mas avançado mesmo com certificacao) chega a ganhar 18 mil por mes.
Por favor, vá estudar e se especializar e seja um profissional foda para depois falar algo.
Acho que universidade só vale se for pública – e se for cursos mais tradicionais também. Mas não depende 100% da universidade, e sim da pessoa. Assim como diploma não é garantia de nada, não ter uma educação formal também pode atrapalhar – não é todo mundo que nasceu para trabalhar de freelancer.
As uniesquinas acabaram com a reputação do ensino superior no Brasil.
Essa lista das habilidades é muito interessante. Vejam que quase todas precisam de raciocínio analítico e lógica. Isso da pra aprender na faculdade, mas em um curso normalmente visto como “difícil” em exatas. Acho que muita gente tem preguiça da área de exatas, é mal instruído na escola e depois pega trauma. Sobramos como milhões de advogados no país e poucos engenheiros e matemáticos.
Preciso dizer que se uma pessoa tem como meta trabalhar nos Estados Unidos, ela precisa de diploma de ensino superior. É muito raro o governo dos EUA autorizar um visto de trabalho para alguém que não tenha curso superior completo.
No meu caso, trabalho como engenheiro de sistemas de controle na área científica posso dizer: não há vagas nessa área para quem não tem curso superior. Um exemplo do motivo: hoje mesmo eu entreguei um guia "for dummies" explicando a física, matemática e estatística por trás de um dispositivo de um acelerador de partículas, para que outros engenheiros pudessem entender isso. Posso afirmar que, sem universidade de qualidade, eu não teria competência para isso.
Minha esposa trabalha numa área com pouquíssimas vagas abertas (biologia). Ela tem mestrado e tentou uma vaga para técnico de laboratório. Ela não passou porque contrataram uma moça com doutorado. Então, dentro da ótica de oferta e procura, num setor com poucas vagas e gente com muitos diplomas, quem não tem diploma não tem emprego.
Não há uma resposta única para todos os cenários. Analise seu sonho de carreira e veja se o diploma vale a pena ou não. Às vezes vai ser imprescindível, às vezes vai ser inútil.
Eu não sei a solução para esse problema do débito estudantil. Infelizmente vejo como algo que a parcela maior de culpa é das próprias pessoas.
Esses empréstimos eram para ser uma ferramente para ajudar as pessoas a arrumarem um curso de faculdade rentável.
Mas ninguém planeja nada, pegam empréstimos como se fosse dinheiro grátis que nunca irão ter de pagar. É loucura alguém pegar FIES para fazer um curso de filosofia ou jornalismo, e outros cursos saturados (sem fazer entrar no mérito do valor deles para sociedade embora eu considere alguns cursos inúteis) porque o mercado de trabalho não é rentável e daí não tem como pagar a dívida. Se as pessoas fizessem o mínimo de planejamento teriam identificado isso antes de fazer o empréstimo.
Que planejamento ?
Você por acaso sabia no que ia trabalhar quando estava fazendo vestibular lá atrás ? Bem jovem ?
Se a sua resposta for sim… eu tenho certeza que será uma resposta forçada porque ninguém sabe disso. Ninguém tem bola de cristal.
O problema não é a faculdade, o problema é o ensino básico e médio.
O nível dos alunos que entram nas faculdades(mesmo as federais) é sofrível.
O aluno que tradicionalmente estuda muito, vai pra bons colégios, boas faculdades e seja lá o que for que ele fez, ele vai se dar bem.
Eu tenho amigos em quase todas as áreas que vc possa imaginar, mas não tenho nenhum que era um bom aluno na escola que hj em dia não está bem na vida.
Educação é toda uma vida de estudos e não apenas os últimos 5 anos (os da faculdade).
O que vai te diferenciar é a base e a continuidade dos seus estudos e não o canudo seja da unisquina ou federal ou estadual, e mt menos o curso.
Pq será que o cara que fez adm numa unisquina e se dá mal depois, não consegue se dar bem? É culpa da adm da unisquina? 100% que não é. Entra mula sai mula.
Curso superior não é pra todo mundo, é dureza ouvir isso? Sim. No Brasil criou-se a cultura que a faculdade muda a vida das pessoas e aumenta a renda, isso vendeu bem mas já saturou pela massificação.
A pessoa que não tem base na vida não vai se beneficiar de um curso superior, essa é que é a verdade, nem pro mercado.
Ex. Eu tenho duas funcionárias na mesma função, uma tem diploma de curso superior e outra apenas de ensino médio, ganham a mesma coisa e se brincar, a do ensino médio ainda trabalha melhor. Então pra que serviu o diploma de curso superior da outra, pra nada.
O problema é que geralmente as pessoas vão pras faculdades pensando nas festas, nas baladas, na vida social…nada de preocupação com estágios, aprender outras línguas, fazer cursos à parte, nada.
E outra, é bom esforcar-se para entrar em uma universidade federal ou particular de excelência. Os governos passados venderam uma imagem de aumento do número de pessoas com diploma de ensino superior, porém, mais da metade desses diplomas são de cursos que não geram rentabilidade nem para a economia, nem para o indivíduo.
O povo não sabe falar nem o português direito… que dirá o inglês rsrsrs.
Curso superior não é que não seja para todos, mas é apenas para os mais bem educados. Se a maioria da populacao fosse bem educada em bons colégios, a maioria iria se beneficiar de um curso superior, mas não é o caso do Brasil. Eu já trabalhei de professor em colégio publico no Brasil há quase 10 anos atrás, e tudo era muito sofrido, e não mudou quase nada.
Enquanto não se der um ensino básico de qualidade para a maioria da populacao, não adianta dar universidade.
Uma coisa básica: inglês.
Qual a porcentagem de alunos brasileiros que ingressaram na faculdade em 2019 falam e lêem inglês fluente? Com muito boa vontade eu diria 5%, sendo bem generoso. E como uma pessoa vai querer ganhar bem num mundo globalizado, onde a ciência é tocada no inglês e temos oportunidades de trabalho pelo mundo ou remoto necessitando de habilidades em inglês e muitos poucos brasileiros têm? É uma conta que não fecha tão cedo.
Se o cara fala inglês e manja um pouco de mkt digital, já dá pra viver de dar aula de inglês, particular, pos skype, e etc… tira uma renda mt maior do que qualquer emprego CLT que tem por aí.
Tem um canal que gosto muito no youtube que se chama canal do mundo com rafael scapella.
Eu gosto desse canal e do sujeito pq me identifico bastante com a historia de vida dele que é mt parecida com a minha, quem quiser conferir: https://www.youtube.com/channel/UCRJ9-vtSa8Fqw64CDPQpTlg?reload=9
Abraço AA40 e demais leitores!
Verdade, inglês é importante.
O Rafael é muito arrogante nos vídeos. Tropeça nas próprias palavras. Ele fala que foi muito pobre mas aos 19 anos foi morar no Canadá com a família – que pobre brasileiro pode fazer isso? Além de claro, ter cidadania europeia.
O povo não sabe falar nem o português direito… que dirá o inglês rsrsrs.
FR, se tu for rico é que não vai morar no Canadá. Se for pobre vai tentar a vida nem que seja como ilegal. Não entendo sua lógica falha
Eu sou contra a imigração ilegal! Deve estar me confundindo com outra pessoa.
O cara do canal é extremamente tolo e arrogante, vende uma narrativa mal elaborada que só encontra ressonância na necessidade de escapismo de brasileiros mal-remunerados. Desfaz de profissões respeitáveis e estabelecidas, que exigem anos de estudo, pelo simples fato de não ter preparo pra ser nada além de youtuber. Se pararem de clicar, ele quebra. Diz que estudou aqui e ali, citando instituições com nominhos bonitos, mas que na verdade não contam com qualquer reconhecimento acadêmico – não têm processo seletivo, são cursos pagou-passou. Se acha superior a todo mundo, mas fica muito claro o recalque dele, uma pessoa que precisou sair do país pra limpar privada de gringo pois não teve cacife pra vencer aqui. Fica vendendo cursinho de inglês sem ter preparo pedagógico pra ensinar nada. É tudo ilusão. Ser youtuber é o novo “quero ser jogador de futebol”.
Já se foi o tempo que faculdade era sinônimo de sucesso.
Atualmente único curso superior que é garantia de sucesso financeiro é Medicina, por enquanto, pois não duvido que daqui 10 ou 15 anos o curso estará vulgarizado como hoje é Direito ou Engenharia, outrora cursos de "doutores".